E quando há 15ª jornada, nos encontrávamos a 7 pontos do 1º lugar (FCP), confesso que a esperança de ser era campeão era 0%.
É verdade que, em casa, tínhamos ganho ao Porto (1-0), ao Braga (6-2), tínhamos empatado com o Sporting (1-1), mas também tínhamos perdido com o Moreirense (1-3), de forma justa e EM CASA, e perdemos, de forma justa, com o Belenenses (2-0), no Estádio Nacional, e com o Portimonense (2-0), no Algarve, com 2 autogolos (!!)
Mas o pior é que praticávamos um futebol triste (a espaços com boas exibições, ex.: jogo Braga).
Nas competições europeias, era mais do mesmo da últimas épocas ... poucas ou nenhumas vitórias e um acumular de derrotas inesperadas.
Fiquei triste com a saída do Rui Vitória, pois nunca o escondi, era um dos treinadores que queria no meu clube (o outro era Marco Silva), mas confesso que acho que foi a melhor opção e que (se calhar !!) apenas pecou por tardia.
Como seu substituto foi eleito um "homem da casa"... BRUNO LAGE, treinador da equipa B.
Como é lógico, a esperança de ser campeão continuava nos 0%, e agora já ficaria bastante satisfeito se o Glorioso ficasse em 2º lugar, pois permitia o acesso (ainda que sujeito a playoffs) à Champions League, e todos sabemos o que isso vale a nível financeiro.
Mas este senhor surpreendeu-me e muito.
Em primeiro lugar, e para mim é o mais importante (apenas ganhar é mais, mas não a qualquer custo!), a POSTURA. Calmo, sempre sereno, tranquilo, sem nunca levantar ondas, sem entrar em conflito com os adversários, sem nunca se pôr em bicos dos pés e colocando sempre o enfoque nos jogadores, tornando-os sempre os principais responsáveis pelas vitórias, como disse após a vitória no Dragão (1-2): "Estes jogadores fazem de mim treinador".
Em segundo lugar, colocou a equipa a jogar com alegria. Independentemente dos resultados, via-se querer, via-se vontade, via-se garra no semblante dos jogadores. A aposta em jogadores da formação (Rui Vitória também o fez!), que deram boa resposta e corresponderam à aposta feita, como por exemplo Ferro, Florentino, etc. Importante também para o grupo de trabalho, foi o não deixar "cair" nenhum jogador, com a premissa que todos contam e todos são importantes, desde que trabalhem para isso, como por exemplo Samaris, Taarabt.
Por fim, mas não menos importante, os resultados. Na Liga, apenas um empate, e por culpa própria (com o Belenenses, em casa, com duas falhas defensivas irreais - (mau) golpe de vista de Vlachodimos e (mau) atraso de Ruben Dias). Resumo: 19 jornadas, 18 vitorias e 1 empate, sendo que fomos ganhar ao Dragão (1-2), a Alvalade (2-4), à Braga (1-4), a Guimarães (0-1), a Vila do Conde (2-3).
Na Liga Europa, as coisa não correram tão bem, pois a eliminação com o Eintracht foi má. Apesar de termos sido prejudicados (1º golo em claro fora-de-jogo), não sei se foi injusto, pois apenas começámos a"jogar", depois de estarmos a perder por 2-0 e já estávamos eliminados.
Na meia-final da Taça de Portugal, em Alvalade, foi igual, excepto que aqui não fomos prejudicados, apenas ficámos à espera para ver o que o jogo dava, e só após o 1-0, percebemos que já estávamos eliminados.
Na meia-final da Taça da Liga, na Pedreira, contra o Porto, fomos eliminados, mas com razões de queixa, pois o 1º golo do scp, foi precedido de falta sobre Gabriel (na minha opinião).
No entanto, o Bruno Lage lá foi fazendo o seu caminho, passo a passo, jogo a jogo, com segurança e confiança no trabalho, por ele e sua equipa técnica, delineado e estabelecido. Para a história, fica:
- Melhor ataque da prova -103 golos (igualado o recorde de golos numa época do clube - 1963/1964)
- Segunda melhor defesa - 31 golos
- Melhor marcador da prova - Haris Seferovic com 23 golos (sem nenhum penalty)
- Maior goleada deste século - 10-0 (contra Nacional)
